Ao redor do mundo, a imagem da Amazônia é constituída a partir de seus diferentes potenciais: extrativista, biotecnológico, hídrico, energético, turístico e de prestação de serviços ambientais para a estabilidade do planeta. Para que tudo isso sobreviva aos impactos do desmatamento, é preciso que a própria região reconheça e fortaleça um dos seus mais importantes potenciais: o de produzir com sustentabilidade.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2021, a devastação da floresta por corte raso alcançou o total de 13.235 quilômetros quadrados, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Essa foi também a maior taxa anual calculada pelo instituto desde 2008. Os estados do Pará, do Amazonas e do Mato Grosso lideraram o ranking de destruição, com 5.525, 2.347 e 2.263 quilômetros quadrados de florestas derrubadas, respectivamente.
É nesse contexto e, acreditando na prática do manejo florestal como uma alternativa eficaz para utilização responsável dos recursos naturais, que nasceu o Observatório do Manejo Florestal Comunitário e Familiar (OMFCF). A iniciativa articula diversas organizações da sociedade civil, institutos de ensino, pesquisa e comunidades, com a missão de promover o manejo florestal como uma estratégia relevante, consistente e viável para a sustentabilidade da região amazônica. Nesse sentido, busca contribuir para a valorização e garantia dos direitos e dos modos de vida de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais da Amazônia, além da construção de um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável e socialmente justo.